O Lapidário
O lapidário
Em uma noite
Em que o sono era meu inimigo
E o tormento, meu companheiro
Tive um sonho ou delírio
Em que uma voz me disse:?
"desintegre seu corpo
Da matéria corrosiva
Que entorpecem os homens
Seu nome tem sido como vinho doce
Na boca dos impetuosos.
Você cavou fundo nos valores
Enquanto muitos ficaram na superfície
E quando se julgou incompreendido
Sepultou a si mesmo e seus sonhos
Mas as raízes de suas esperanças
Não se ataram ao subsolo do esquecimento
A terra não pode tragar
Um ser que ainda tem muito a fazer
Na condição de semi-acordado
Questiona sentimentos e virtudes,
Mas sua alma de poeta
Não foi feita para ser prisioneira do silencio
Nem dos papeis engavetados
'as palavras são como as pessoas'
Precisam de uma boa companhia
Para ser bonitas e especiais
O amor e o ódio
Podem ser visinhos no mesmo vocabulário,
Porem distantes milhas e milhas
No altar das conjunções sebe disso,
Por ser amantes das palavras.
Enfurecido com seus conflitos emocionais
Adora olhar nos olhos das pessoas
Julgando-as meditativas
Mas tem perdido a força
De olhar no fundo dos olhos
De quem te olha com firmeza
Calejou seu coração no oficio do amor
E as alegrias intermitentes.
Confundiram suas expectativas
No episodio dos lamentos
Destaca o beijo que devia ter dado
O abraço que devia ter acolhido
E o sentimento que devia ser dito
Porem chorar pelo mel
Não torna o pranto adocicado.
Enfraquecidos pela dor
Todo ser humano torna-se
Um campo minado de duvidas.
As mulheres desconhecem
A essência de sua própria feminilidade,
Os homens conservam o poder másculo,
Ignorando a sensibilidade,
E toda sensibilidade mal compreendida
Gera desconforto emocional
Porque tentando cuidar dos outros e esqueceu-se de si mesmo?
Muita lagrima feminina
Já caíram diante de você
Dessa fonte que não é mar,
Porem que, não se pode navegar
Sem o perigo do naufrágio: 'os olhos'.
Aceite seu destino... Você...
Aceite...
Você...
Você é um lapidário de pessoas
Lapidário... Das “pessoas.”
Despertei-me meditativo:
"lapidário ou otario?"
Não havia ninguém ali
Só eu e meu travesseiro,
Que se soubesse falar
Ser meu delator.
Obra : O lapidário
Autor: Edivan Pereira