Procura-se meu dedo!

28/04/2013 11:22

 

Uma idéia criativa que eu tive um dia de conseguir um dedo para mim.

Daí você se pergunta “o motivo” de eu querer um dedo!  Bom no dia 18 de maio de 2011, vi minha vida se transformar e eu ganhar mais um motivo para amar-la.

Como terminei em 2009 o ensino médio e já havia passado na UFVJM, num curso que eu queria muito, Matemática, eu então aguardava durante todo o ano de 2010 e inicio de 2011 o meu tão sonhando ingresso na faculdade. Primeira pessoa da família a fazer uma “federal” e todo o peso dessa alegria. Tanto tempo de espera estava mi deixando quase biruta kkkk.

Naquela manha eu na casa da minha mãe na roça, os planos que nos duas tínhamos era de vir para matrona ela na primeira jornada de moto, iríamos enfrentar 7 km, eu estava super animada e feliz ironicamente reclamando de um cortinho no pé esquerdo. kkk

Minha mãe como sempre resinosa, mais eu sempre e para sempre vou incentivá-la a fazer o que tem vontade, nunca é tarde para realizar um sonho! E sabe qual a pessoa no mundo que mais me incentivou a realizar meus sonhos? Ela, minha mãe. Quando pequena ela comprava tintas pra mim, linhas e toalhinhas kkk mi colocou num cursinho de desenho, que custava 10reais por mês (dinheirão na época). E eu abandonei rapidinho sempre tive problemas com horários e compromissos kkk. Também eu era egoísta o suficiente para achar que eu iria longe sozinha. E isso me fez perder muito tempo da minha vida achando que eu já tinha o talento, não precisava praticar, e que havia desenhos eu nunca iria conseguir fazer mesmo, natural.

Naquela manha é isso que se passava pela minha cabeça no caminho, mi lembro de cada segundo, porque ainda sonho às vezes. Quando descemos a ladeira do Noé Maguinha à mais temida por todas as pessoas que passam por ela, tinha uma pequena ponte e uma minúscula ladeirinha cheia de pedrinhas e terminava numa curva acentuada, a minha mãe não deu conta de virar e nós entramos direto num barranco. A moto ficou pressa ali sem morrer. Minha perna direita ficou pressa em baixo da moto, e eu abaixei a outra perna e ainda tremo quando mi lembro do segundo em que senti que havia machucado. Eu pedir ali o meu dedão esquerdo. Aos dezoito anos!

Eu dizia a mim mesmo “não isso não aconteceu!” “eu quero voltar, eu quero voltar a viver ontem!” Minha mãezinha tadinha desesperada. Costumo dizer que ela conseguiu apertar o botão do telefone porque era prioridade me tirar dali. Era um lugar sem sinal nenhum de nenhuma operadora e ela andou e muito para achar sinal nas estradas que tinham sinal ali mais adiante.

Enquanto eu a esperava, chorava e pedia ajuda a Deus, e ele mi ouviu como sempre ouve quem pede sua ajuda, como meu pai havia ido à Matrona, matar um gado, ele voltou com um carro de carroceria, onde fiz minha viagem até o povoado sentada no colinho da minha mãe e com o único pano que ela tinha: um embornal, enrolado no pé. E na casa da minha avó mesmo entrei andando e rindo, troquei a roupa fiz um curativo e fomos para Taiobeiras, daí em diante foi: pronto socorro, injeção e cirurgia, dois meses fazendo curativos e andando de muletas.

Resultado não tem um dia que eu não pense no meu dedo como o meu pé ficou feio, e eu já estava pirando antes. Dias de sofá colo e choro a noite??? Resolvi então dedicar-me a minha arte! A meus desenhos e comecei a me apaixonar por esse negocio de desenhar!!! No inicio foi difícil, é lógico eu era ignorante e arrogante, mais nada como bons desenhos mal feitos para acordar uma pessoa! Minha mãe? Ela sempre a pessoa que mais se preocupa comigo, esta linda e leve andando por todos os caminhos que se cabe uma moto. Eu comecei a minha faculdade meses mais tarde, em setembro. Os desenhos? Não posso dizer muito. Só digo que os de amanha serão com certeza melhores que os de hoje.

Bom uma coisa não mudou apesar de se passar quase dois anos do meu acidente. Ainda quero um dedo, e isso aliado a minha ilógica criatividade, é sempre possível não é mesmo?

Primeiro passo: meu dedo era o contrario do outro então, vou tirar uma foto do outro e faze-la ficar ao contrario!

Segundo passo: fazer as medições nescessarias.

Terceiro passo: desenhar, pintar.

Quarto: olhar de todos os angulos e formas.

Olha ai: e outras pessoas jogam pedras,em suas tragédias, mal sabe elas que se Deus permitiu que isso acontecesse, o motivo é que ele sabia que damos conta de superar, crescer e descobrir coisas novas e velhas que nós esquecemos que temos. No meu caso esqueci que eu tinha um talento, e se eu não mi esforçasse ele não seria digno de mim. Não tenho um dedo! Mais tenho paz, amor e muita alegria e uma familia linda que me ama, mesmo sem ele.  Essa é uma ideia de ilusão de Otica.kkkk

Espero ter inspirado todos meus leitores!